Em uma pesquisa realizada em 10 países para uma marca de produtos de beleza, 87% das brasileiras disseram não estar plenamente satisfeitas com seu corpo. E apenas 6% se definiram como bonitas. Isso em parte explica por que somos as vice-campeãs em cirurgias plásticas no mundo, mas também revela um padrão de beleza extremamente rigoroso e talvez inatingível. A pergunta que fica é por que existe tão pouco espaço para belezas diferentes, mais gordinhas, de cabelos cacheados ou negras? Como isso afeta a auto-estima e o comportamento da juventude? E por que as mulheres investem tanto tempo e dinheiro para mudarem seus corpos, parecerem mais jovens ou mais bonitas? “No Brasil, o corpo bonito é uma forma de ascensão social”, explica a antropóloga Mirian Goldenberg, da UFRJ. Essa é apenas uma parte das repostas que você pode ver no Olhar da USP Corpo Perfeito, que entrevistou também a historiadora Denise Sant’Anna, da PUC-SP, a psicóloga Rachel Moreno, formada pela USP, o psiquiatra Adriano Segal, da Faculdade de Medicina da USP, e a psicanalista Joana Novaes, da PUC-Rio.