Desprovido de qualquer estrutura no contexto clássico, o vácuo
revelou-se protagonista em vários processos em física quântica
relativística. Ainda assim seus efeitos diretos são usualmente tão sutis
que sua estrutura mantem-se quase tão evasiva quanto em física clássica. Em
contraste, argumentarei neste colóquio de que em cenários astrofísicos há
espaço para que efeitos de vácuos assumam papel central na evolução de
sistemas macroscópicos. Em particular, será mostrado que, sob a ação de
campos gravitacionais intensos, a densidade de energia do vácuo pode passar
por uma fase de crescimento exponencial a ponto de rivalizar com a
densidade de energia de estrelas de nêutrons, os objetos mais densos de que
temos notícia.